Poema do divinal perdão
Por graça, olhas-me cá, senhorita,
Ainda que sob estas retinas
Cúmplices do vulgo desta ‘scrita
Os sete Céus, assim, desabem...
E de uma vez só os anos me dobrem
Quão hora em hora esta desdita,
Inda de findar não há nesta sentina,
Do pranto, a Dor que me palpita...
Mal enquanto teus olhos sabem,
O ultraje, que a ti destina
Este algoz de índole maldita!
Que sob pesares, desatina
Por ver tais males que não cabem
Neste tenro seio de menina,
Onde se inicia a paixão insólita
E o divinal perdão termina...
(Queiroz Filho )
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